quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Embriaguez de galáxias


Enganei a solidão com uma garrafa de vinho

Enganei?

Se tivesse enganado nunca escreveria esta página

Sei lá sequer se quero embriagar-me…



… … …

Mas isso serve para entrar nos domínios do mundo secreto de mim…



Não sei!

Sei do vazio

Sei do nada

E o nada pode ser quente ou frio

Pouco importa o que diz a física

Sei que vejo a tua imagem

Os raios gama da tua explosão de luz gravaram-ma indelevelmente

há muito tempo na memória

Brilhou

Impressionou o cérebro

Ao fechar os olhos ela esteve sempre lá

Ficou latente

O tempo natural fluiu inexoravelmente

Mas as curvas do tempo numa espiral contínua

Cruzaram novamente as ondas de choque

O que estava latente eclodiu

… … … …

Sei lá se quero o teu corpo

Sei lá se quero o choque de duas galáxias

Sei lá se desejo a fusão de matéria e energia

Não sei se isto me basta

… … …

És acidente galáctico que excita matéria e antimatéria

Que perturba as elipses gravitacionais

… … … penso…



Sei lá…



Sei lá se são os bosões ou os quarks

Quaisquer ou todas as partículas que a física gasta tanto tempo a estudar.

A partir do momento em que escrevi uma palavra por ti

Soube que serias uma marca indelével no meu cosmos

Sei sim que como o vinho embriaga

A minha alma quer juntar-se com a tua numa dança de galáxias que se fundem



As tuas lutas…

Os buracos negros que te consomem a energia

quero preenche-los com uma força cósmica chamada amor

Os pulsares que redopiam violentamente em ti

sinto-os cruzar energia com os pulsares que rodopiam em mim.

São os nossos buracos negros

São os nossos pulsares

… … …

Mas nada sei de universos paralelos

Nem sei se os nossos universos se poderão tocar

Mas sei que toda a energia do meu universo

quer formar com a energia do teu

uma nova galáxia onde os astros dancem harmonicamente

uma sinfonia á criação.

destino


Queria dar-te toda a felicidade e sonho.

Depois, o resto da minha vida e morrer em teus braços.

Mas os deuses não o aceitam.

Mas talvez tu o não queiras.

Triste tragédia.

Quais as armas para combater os infelizes destinos?

Alma turva, dor dos sentimentos.

Que trevas, gigantes e monstros tenho que combater?



Apenas sobrevivo para cumprir a solidão.



Quem abandonou o nós que devia existir?