Enganei a solidão
com uma garrafa de vinho
Enganei?
Se tivesse enganado
nunca escreveria esta página
Sei lá sequer se
quero embriagar-me…
… … …
Mas isso serve para
entrar nos domínios do mundo secreto de mim…
Não sei!
Sei do vazio
Sei do nada
E o nada pode ser
quente ou frio
Pouco importa o que
diz a física
Sei que vejo a tua
imagem
Os raios gama da tua
explosão de luz gravaram-ma indelevelmente
há muito tempo na memória
Brilhou
Impressionou o
cérebro
Ao fechar os olhos
ela esteve sempre lá
Ficou latente
O tempo natural
fluiu inexoravelmente
Mas as curvas do
tempo numa espiral contínua
Cruzaram novamente
as ondas de choque
O que estava latente
eclodiu
… … … …
Sei lá se quero o
teu corpo
Sei lá se quero o
choque de duas galáxias
Sei lá se desejo a
fusão de matéria e energia
Não sei se isto me
basta
… … …
És acidente galáctico
que excita matéria e antimatéria
Que perturba as
elipses gravitacionais
… … … penso…
Sei lá…
Sei lá se são os
bosões ou os quarks
Quaisquer ou todas
as partículas que a física gasta tanto tempo a estudar.
A partir do momento
em que escrevi uma palavra por ti
Soube que serias uma
marca indelével no meu cosmos
Sei sim que como o
vinho embriaga
A minha alma quer
juntar-se com a tua numa dança de galáxias que se fundem
As tuas lutas…
Os buracos negros
que te consomem a energia
quero preenche-los com uma força cósmica
chamada amor
Os pulsares que
redopiam violentamente em ti
sinto-os cruzar energia com os pulsares que
rodopiam em mim.
São os nossos
buracos negros
São os nossos
pulsares
… … …
Mas nada sei de
universos paralelos
Nem sei se os nossos
universos se poderão tocar
Mas sei que toda a
energia do meu universo
quer formar com a energia do teu
uma nova galáxia onde os astros dancem
harmonicamente
uma sinfonia á criação.