quinta-feira, 21 de setembro de 2017

OLIMPO

No recanto esconso do meu covil, lambi a ferida…
Antes olhei o céu estrelado
Olhei  as estrelas,
belas as estrelas
Inalcançáveis…  intangíveis…
O sol fugiu, nem a lua me quis acompanhar…
Desapareceste ao fundo levada por um cavaleiro negro
Vénus, porque me deste coração?
Afrodite, porque me deste virilidade?
Porque me pariste, Pandora, para  tudo sempre me tirares?
Escondes-te Vénus, atras  de uma nuvem?
Envergonhas-te de teres mandado um Cupido novamente?
Cegueira
Solidão
No recanto do covil vejo  Cronos apagando o tempo
Mnemosyne, deixas-me  a imagem dos olhos de mel.
E fico, encolhido, torpe, no covil
Até que Hipnos me acolha
E Morfeu desenrole o fio da realidade que queria.
Ou que Tanatos coloque o ponto final.
Foi uma noite, uma noite apenas…

Para quem queria noites e dias…

Vicente de Sá

21 de Setembro de 2017