De facto, "há
metafísica bastante em não pensar em nada"!
Quem sou?
O que sou?
"O que eu penso
do mundo? sei lá o que penso do mundo"!
Aqui, neste cabeço,
perdido na charneca…
A nascente as
muralhas de Estremoz, iluminadas.
A poente, a torre de
Evoramonte, também iluminada.
Mas estas luzes
doiradas não cegam a iluminação do firmamento.
Lá em cima, se as
soubesse ler, lia todas as constelações.
Tantas, tantas
estrelas!
Pontos de luz,
planetas, galáxias...
Universos?
Vidas?
Nenhum deus, ainda
que sempiterno conseguiria fazer tanto e tão magnífico.
No entanto, neste
ermo outeiro donde posso vogar entre estrelas, meti-me na minha tenda.
Na minha lura e no
meu universo tecnológico.
A minha vontade de
ti, a minha curiosidade de ti…
Quis saber o que
dizes ao mundo.
O que dizes a este
mundo fechado em circuitos elétricos, em moles de zeros e uns
Senti Mahler, senti as dúvidas de autores questionando-se e fazendo-nos questionar sobre os eus que
somos e quem somos...
E eu...
Penso quem sou, quem
és…
Vou novamente lá
fora, procurar entre as miríades de estrelas as imagens dos teus eus.
Talvez também
encontre os meus eus ou o eu que talvez não seja…
Pensar.
Apenas pensar,
porque um eu qualquer, num discurso qualquer afirmou que se eu “penso existo”.
Ou...
Então…
Deixar-me apenas
levar num sonho de estrelas onde os nossos eus, quaisquer que sejam, dancem…
Dancem, rodopiem
pelo tempo espaço, deixando pela eternidade comas de cometas!
E no fim…
No fim, não pensar
em nada porque com o brilho das estrelas dos teus olhos...
para que hei-de eu
existir?
Sem comentários:
Enviar um comentário