terça-feira, 26 de junho de 2012

Procurando os eus


De facto, "há metafísica bastante em não pensar em nada"!
Quem sou?
O que sou?
"O que eu penso do mundo? sei lá o que penso do mundo"!
Aqui, neste cabeço, perdido na charneca…
A nascente as muralhas de Estremoz, iluminadas.
A poente, a torre de Evoramonte, também iluminada.
Mas estas luzes doiradas não cegam a iluminação do firmamento.
Lá em cima, se as soubesse ler, lia todas as constelações.
Tantas, tantas estrelas!
Pontos de luz, planetas, galáxias...
Universos?
Vidas?
Nenhum deus, ainda que sempiterno conseguiria fazer tanto e tão magnífico.
No entanto, neste ermo outeiro donde posso vogar entre estrelas, meti-me na minha tenda.
Na minha lura e no meu universo tecnológico.
A minha vontade de ti, a minha curiosidade de ti…
Quis saber o que dizes ao mundo.
O que dizes a este mundo fechado em circuitos elétricos, em moles de zeros e uns
Senti Mahler, senti as dúvidas de autores questionando-se e fazendo-nos questionar sobre os eus que somos e quem somos...
E eu...
Penso quem sou, quem és…
Vou novamente lá fora, procurar entre as miríades de estrelas as imagens dos teus eus.
Talvez também encontre os meus eus ou o eu que talvez não seja…
Pensar.
Apenas pensar, porque um eu qualquer, num discurso qualquer afirmou que se eu “penso existo”.
Ou...
Então…
Deixar-me apenas levar num sonho de estrelas onde os nossos eus, quaisquer que sejam, dancem…
Dancem, rodopiem pelo tempo espaço, deixando pela eternidade comas de cometas!
E no fim…
No fim, não pensar em nada porque com o brilho das estrelas dos teus olhos...
para que hei-de eu existir?

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