Apanhei os cravos do chão!
Olhei-os, triste!
Espezinhados…
… …. …
Os grandes delírios da noite anterior…
O grande delírio em que muitos nem sabiam além do álcool o
que comemoravam…
… … …
È preciso levantar os cravos do chão!
o grande feito desse dia 25 de abril!
Foi abanar a arvore e o fruto podre caiu!
Mas…
A podridão minava, sempre presente nos recantos húmidos e
tépidos…
… … …
é que a seguir foi 26 de Abril!
varremos do chão os cravos…
espezinhados.
com eles os sonhos…
e fomos ganhar p’ra bucha!
de vez em quando encontramos alguém e recordamos…
Sonhos…
Ideais…
E a podridão continua tomando conta dos frutos!
Até que alguém abane novamente a árvore
E traga um pouco de esperança ao povo,
Outro povo…
Que no dia seguinte…
Irá ganhar p’ra bucha!
… … …
Amanhã vamos outra vez comemorar com cravos…
Que, espezinhados, no dia seguinte alguém varerá…
… … …
Que alguém… apanhará do chão…
E …
A vida passou, e os sonhos não passaram disso.
Vicente de Sá, 2007
Mas os sonhos ficarão!
ResponderEliminar