quinta-feira, 8 de março de 2012

hoje, mais um dia, parte de mim

Só um dia para sossegar as consciências pesadas.

Só um dia serve, magnanimamente, para os homens oferecerem uma flor, para as empresas darem de brinde, uma mini caixa de costura, mais uma peia, mais um grilhão, lembrar á mulher a sua condição de criada para todo o serviço!

De dar uma efémera atenção á única fábrica de consumidores.

É a forma de os comércios fazerem mais uns tostões.

E o amor?

Isso que importa?

E os direito?

Para quê?

È lamentável que as pessoas não percebem que em todos os dias do ano há mulheres maltratadas, violentadas, preteridas, ignoradas, estupradas, excisadas.

Todos os dias

Assumir um dia da mulher é admitir que os outros são dos homens.

Parece… assim… uma concessão!

Tipo… ás coitadinhas!

Hipocrisia pura... e ainda há mulheres que alinham nesta palhaçada!

HIPOCRISIA!!

E o senhor empresário que hoje distribuiu brindes ás senhoras, amanhã vai dizer não a empregar aquela mãe de três filhos!

Vai aproximar da porta da rua aquela moça que está grávida.

Bênção transformada em estigma pago com sangue dores e lágrimas!

Hoje é mais um dia para fazer da mulher bibelot! Para fazer de parte de mim escrava!

Hoje, mais uma dia em que um imã qualquer, de uma qualquer cidade do mundo prega como as mulheres devem ser admoestadas pelos seus maridos.

Hoje, mais um dia, uma mulher, parte de mim, morre ás mãos do seu companheiro!

Hoje, mais um dia, sem significado, uma mulher, parte de mim, foi agredida pelo companheiro.

Hoje, mais um dia, sem causa, uma mulher, parte de mim “caiu na banheira”…

Hoje, mais um dia do mundo da humanidade.


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